31.8.09

Carta a um amor que (não sei se) se foi

Perdemo-nos nessa viagem
Uma viagem que não podemos prever o fim
O amor não acabou, o carinho não acabou
Acabou o lirismo, o encontro dos pensamentos
A descoberta da sincronicidade
A vontade de cantar a todo o momento
E de esperar dormir pra recitar poemas
Ver tudo de forma singular, que só os amantes de um coração conseguem.
O deitar a cabeça no ombro e o sorrir de canto de boca

É tão difícil aceitar o fim!
Culpa (perdão, Nietzsche, eu pequei!)
Responsabilidade, cobrança
Coisas que têm ocupado lugares mais nobres do que merecem
E que só com a descoberta interior se desvanecem
Expulsar nossos monstros
E guardar outros bem lá no fundo
Para que nunca possam sair e nos envergonhar do que podemos ser

No final, há sempre crescimento
Porque o bom está em tudo e até na maior das dores
A atitude é companheira do bom (que eu nunca a abandone)
Que nunca me falte atitude pra acreditar com a alma
Que nunca me falte atitude pra reconhecer um erro
Que nunca me falte atitude pra voltar atrás seguindo em frente
Que nunca me falte atitude pra viver o que há de mais bonito
E para desvelar todas as verdades escondidas.

Ainda posso te sentir e chorar de saudade,
Pensar nos momentos divididos e nos apelidos,
Nos amigos e naqueles que amamos juntos
Só preciso saber por onde me perdi
Quando começou a solidão acompanhada
Os valores que deixei de lado
E o que preciso resgatar pra voltar a sorrir
Para que eu possa de alma leve,
Totalmente entregue,
Voltar mais uma vez a amar.

3.8.09

Entrevista com o jornalista e escritor Sérgio Rodrigues

Por Natália Mazotte

Sérgio Rodrigues, jornalista e escritor, nasceu em 1962. Mineiro de Muriaé, na Zona da Mata, vive há trinta anos no Rio, onde se formou em Jornalismo na ECO-UFRJ. A carreira de Rodrigues foi construída a partir do jornalismo. Começou a trabalhar no jornal "Folha de S. Paulo", em 1984, como repórter no Rio de Janeiro. Migrou para o "Jornal do Brasil", onde foi correspondente em Londres; foi subeditor do jornal "O Globo", editor da “Veja Rio”, editor-executivo da equipe que criou o jornal esportivo “Lance!” e diretor de redação da Rede Globo. De 2004 a 2007, foi editor-executivo e colunista da extinta revista eletrônica “NoMínimo”. De atitude bastante simpática em relação à internet, hoje mantém um blog de crítica literária no portal Ig, o “Todo prosa”. Seja para falar de literatura, televisão ou futebol, a palavra para ele é tudo.
É autor do recém-lançado romance “Elza, a garota” (Nova Fronteira), que mistura ficção e pesquisa histórica para dar vida a um episódio obscuro da Intentona Comunista. O sucesso do livro lhe valeu um convite para a Festa Literária Internacional de Parati (Flip), de 1 a 5 de julho deste ano. Lançou ainda o livro de contos “O homem que matou o escritor” (Objetiva, 2000), um sucesso de crítica atualmente na segunda edição, e o romance “As sementes de Flowerville” (Objetiva, 2006), distopia cheia de humor negro com ritmo de graphic novel. Dentre suas publicações também estão o volume de crônicas “What língua is esta?” (Ediouro, 2005) e o “Manual do Mané” (Planeta, 2003), uma paródia das obras de auto-ajuda.
Nessa entrevista, realizada na ocasião da visita de Rodrigues à sua antiga faculdade para falar sobre a FLIP, o jornalista-escritor simpático e de pinta cavalheiresca nos brinda com um pouco de sua história nos dois ofícios que, por escolha ou por vocação, sempre fizeram parte da vida do mineiro.